O ESPAÇO LITÚRGICO-CELEBRATIVO NO RITO ROMANO

20/07/2015 12:12

O novo culto em Espírito e em Verdade inaugurado por Cristo não exige mais um templo físico. Ele trouxe uma nova visão sobre a questão da presença de Deus entre nós. O verdadeiro templo é o Corpo místico de Cristo, a Igreja. Por isto mesmo foi que por ocasião de Sua morte o véu do Templo se rasgou de alto a baixo (Mt 27,50s). Se para os judeus o Templo significava o lugar especial da habitação de Deus, para os cristãos o templo, ou seria melhor chamar, a igreja , é local de encontro da assembleia reunida. O culto cristão encara o edifício físico não tanto como casa de Deus, mas como símbolo da presença da comunidade cristã em determinado local; são igrejas-casas que recordam a encarnação do Verbo, uma vez que o invisível se tornou tangível ao assumir uma estrutura concreta.

De fato, Deus não necessita de uma habitação, dada sua presença infinita por causa do Seu atributo de onipresença. Na verdade somos nós homens que necessitamos de lugares de reunião com atribuições específicas para o culto, ou seja, precisamos de lugares sagrados. Somos constituídos por um corpo sensível e por isto mesmo necessitamos de coisas concretas para que reconheçamos melhor a presença de Deus entre nós e assim expressar nosso louvor de forma comunitária a Ele. Sem perder de vista que cada membro de assembleia é em si o primeiro espaço litúrgico da presença de Deus, a casa de encontro exprime essa realidade espiritual, interior.

No rito romano a ideia da presença de Deus através de Jesus é anunciada por cada símbolo, rito e gesto; é através deles que se realiza o encontro entre Deus e os homens em um regime de sinais. Segue-se, portanto, a lei da objetividade: desde sempre Deus se comunica com os homens por intermediários, sejam pessoas ou sinais. De acordo essa economia salvífico-revelatória, o caminho por onde devemos seguir é o mesmo da Encarnação, dado que Cris-to e a Igreja participam de um mesmo modelo de “instrumentação” pelos quais e nos quais Deus baixa até o ser humano. Trata-se, por assim dizer, de um regime sacramental segundo a vontade positiva de Deus.

Autor: Geraldo Aguiar
Bacharel em Teologia e Filosofia


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