DOM VITAL: UM VERDADEIRO E AUDAZ MÁRTIR DA FÉ

27/05/2015 13:36

Com imensa alegria no coração celebramos as datas imemoráveis dos nossos vultos históricos. Entre eles se encontra o venerável servo de Deus, Dom Vital Maria Gonçalves de Oliveira, filho de Pedras de Fogo, a saber, os cento e sessenta e oito anos do seu nascimento, aos 27 de Novembro de 1844 (nascido no Sítio da Jaqueira) e dos cento e trinta e quatro anos do falecimento. Frei Vital Maria abraçou humildemente a vida religiosa. Reconhecido pelo seu notável brilhantismo e piedade apostólica, foi chamado ao episcopado, preposto à Arquidiocese de Olinda.
Após um pequeno lastro, em seu frutuoso exercício episcopal, enfrentou um rosário de provações, mais tarde coroado com o martírio ao qual foi submetido. Na fé, soube resistir às piores sevícias em forma de perseguições e de adversidades que lhe foram impostas por força do ofício de zeloso e intrépido pastor.
Chamou os padres e cristãos fiéis, e os responsáveis pelas Irmandades à ordem e à disciplina, incluindo a salvaguarda da doutrina cristã, a disciplina dos costumes e a cauta vigilância sobre o patrimônio eclesiástico, em suas dimensões espirituais e temporais. Dom Frei Vital Maria foi duramente perseguido por opor-se a determinados expedientes, praticados por pessoas que se serviam dos bens da Igreja, usurpando-os para manipulações escusas. Assim, não tardou o enfrentamento de duras penas, entre outras, também a de um amargo exílio.
Com sabedoria sobrenatural, com sua firme, terna e humilde capacidade de superar calúnias e detrações, demonstrou uma insofismável força de ânimo varonil e soube perseverar na fé e nas boas obras, com veementes provas de amor ao Evangelho e de fidelidade à Santa Mãe a Igreja. Em meio ao arbítrio comparável ao que os mártires são submetidos, entregou sua alma a Deus em odor de santidade, aos 4 de Julho de 1878, no Convento dos Capuchinhos, em Paris.
Um suntuoso templo começou a ser construído em Pedras de Fogo, no final de 1860, fruto de promessas de devotos que se uniram ao bom frei Serafim de Catânea, incansável pregador atuou na Evangelização do Nordeste, desde o ano de 1842.
Ao encerrar as santas missões pregadas pelos frades capuchinhos, capitaneados por frei Serafim, o templo erigido em Pedras de Fogo (PB) resulta numa imorredoura ação de graças à Virgem Maria Imaculada, ao tempo em que se exalta o dom da vocação de Dom Vital. Assim o santuário evoca a memória da Mãe Imaculada e do seu dileto e venerável servo, o mártir da fé, cujo processo de beatificação e canonização está em causa.
Particularmente devoto de Dom Vital, relato que, por misterioso e inesperado fato, quando bem jovem, aos meus dezesseis anos, veio às minhas mãos um “santinho” com sua figura e brevíssimo aceno à trajetória de sua vida. Apaixonei-me pela coragem de Dom Frei Vital Maria, que enfrentou resignado e convicto de que as perseguições que lhe foram infligidas, nada mais seriam do que o ódio à verdade que incumbe à Santa Igreja viver e pregar destemidamente. Ele amou a Igreja mais do que a si! Por amor à Igreja, imitemos Dom Frei Vital Maria, considerado um verdadeiro e audaz mártir da fé.

 

Dom Aldo di Cillo Pagotto, SSS
Arcebispo Metropolitano da Paraíba


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